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Mostrando postagens de novembro 25, 2020

Primeira manhã de lua de mel

  Onde é que ele tinha ouvido aquele pássaro? Apurou o ouvido. Não era apenas um, mas muitos. Bem-te-vis! Sim, bem-te-vis! Cantavam, uns convocando os outros, e o coro que formavam enchia a manhã com uma sensação de felicidade, de alegria, com uma vontade de cantar também, uma destas sensações maravilhosas que a gente não consegue descrever. Algo assim como estar na terra e no céu ao mesmo tempo. Arnaldo se espreguiçou na cama em desalinho. Cecília dormia ainda. A madrugada deles tinha sido cheia de carinho e de amor. O corpo cansado exigia um sono restaurador naquela primeira manhã de lua de mel. Tinha muito tempo pela frente. Dava para ficar na cama, ali, quieto, sem qualquer outra preocupação, nem tomar café. Ele contemplou Cecília adormecida. Passou a mão por seus cabelos macios. Pareciam de criança. Ela não se mexeu. Com ternura ele se recostou sobre um cotovelo e olhou o rosto dela de alguma distância. Os bem-te-vis continuavam a cantar. E ele também. Por dentro! Parecia im